Em vias de mudança e término do primeiro mês, acho que seria legal fazer um balanço do que foi a viagem até agora.
Sem dúvida, o intercâmbio é uma experiência muito boa. O inglês em pouco tempo evolui e o "te-vira-porque-ninguém-vai-fazer-por-ti" também dá as caras. Diversas vezes bate o "e agora, o que eu faço?". Mas com calma e, como diria o Ringo, "with a little help from my friends", tudo melhora.
As aulas têm sido muito boas. Os colegas são de todos os cantos do mundo, o que é legal. Muitas vezes tu te apavora com as diferenças de ideologia, mas em outras situações tu percebe semelhanças pontuais mesmo em culturas tão divergentes.
A questão do cotidiano é um pouco complicada. Como um estudante brasileiro e desempregado, é normal que as dificuldades surjam. Ainda mais em um país em que os nativos estão ressabiados de tantos imigrantes. Acaba-se não tendo nada pra fazer e os dias transformam-se em períodos de vinte e quatro horas extremamente iguais entre si.
"Mas tu tá em Londres. Como que não tem nada pra fazer?" - Eu sei, eu sei. Acontece que as atividades de turismo são BEM caras. O que posso falar em minha defesa é que, daquilo que poderíamos fazer de graça, boa parte já fizemos.
No mais, é tudo muito legal. Londres ainda é o centro do mundo. Tudo o que desejamos ter e ver, existe aqui. E está ao nosso alcance. É apenas uma questão de tempo.
Agora, o ponto negativo supremo: a saudade. Eu sei que já falei isso em textos anteriores, mas hoje vi vídeos e fotos da nossa despedida no pub.
Foi foda!
Portanto, só pra que vocês não esqueçam: estou morrendo de saudades. De tudo e de todos!
- Do feijão e arroz de casa; de berrar "Miguel, fala mais baixo porra!"; de ouvir a minha mãe chorando de rir assistindo seriados; de ver meu pai reclamar do Celso Roth a cada segundo de jogo do Grêmio; de comer os pastéis da minha vó; de brincar com a 'Colinha' e a 'Esquimbler'; de ir a POA.
- De fazer churraco domingo na casa do Fusk; de comer croquete no Cruz com o Costa; de tomar uma cerveja de noite com o Pedrinho; de ouvir o Cunha imitar o Silvio; de ir no Zé Carioca com o Digão; de chamar o Kirst de paulista, designer, pelotense, conexão rg-campinas, bambi e viado; de jogar um futebolzinho com TODA a gurizada.
- De ir no pub com a galerinha da ATC; de rir da Bruna bêbada depois de tomar 1/4 de gole de Smirnoff; de inventar novos apelidos pra Cadija; de observar as fotossínteses da Marta; de achacar a procedência rústica da Jú; de assistir os jogos no Zepa; de ouvir as bobagens do Marcelo e de debochar da Patrícia.
- De ir no Pub, no Wong, no Cruz, no Circulus, no Dadá, no Evani, no Oponente, no Observatório, na Studio, na Woodstock, na Donja, no LARANAL!, no Aki, no Lobão, no Shangay... de PELOTAS!
E que não pareça reclamação ou desgosto. É apenas um desabafo. Porque Londres ainda vai mudar muitas coisas em mim. Mas algumas delas vão seguir intactas...