domingo, 28 de junho de 2009

London Weather

Bom ontem fiz um programa bem legal aqui na terra da rainha. Fui a um passeio de barco por um canal que percorre a cidade. O nosso anfitrião foi um professor la da escola que mora em um barco, coisa bemmmm alternativa. O passeio foi ótimo, deu pra pegar uma corzinha e posto aqui os dois vídeos que marcaram o dia e deixam bem claro como é o clima londrino!





Massss tudo vale a pena quando a alma não é pequena! hehehehhe

quinta-feira, 25 de junho de 2009

De que tamanho é o seu coração?


Dos agregadores dizemos que têm ‘um coração grande’.
Dos mais sensíveis, que o coração ‘é mole’.
Das facilmente enganadas pelos homens se diz que o coração é como um picadeiro.

De acordo com enciclopédias o coração é um órgão muscular, oco, que bombeia o sangue de forma que circule no corpo. Porém uma definição assim simplista em nada representa o que o coração representa com suas representações mil.

Mas o meu coração não é oco. As vezes acho que é cheio até de mais.

Entre meus dois átrios, dois ventricolos, uma artéria aorta e uma ou outra cavidade guardo minhas preciosidades. Os amigos que conheci no jardim de infância, os bisos que já se foram, as amigas que a distância separou em existência física mas não mental, os professores que tanto me ensinaram, a família, aqueles parceiro de temporadas que por um motivo ou outro já estiveram mais perto e principalmente os queridos amigos que são para o resto da vida. Ahhhh esses, esses me deixam até sem fôlego, mas isso já é um problema dos pulmões não do sobrecarregado coração.

Mas voltando a definição biológica o coração é um órgão muscular. Em meu vão conhecimento todo o músculo que se exercita cresce, em dimensões físicas. Por isso que trago comigo a constante necessidade de amar, cada dia mais, pra ver se assim mantenho o coração em ‘forma’.

Londres me fez perceber que meu coração está cada vez mais ‘sarado’, se exercitando constantemente e que está longe de esgotar sua lotação. Agrego ao meu peito cada vez mais ‘amigos’ no sentido mais raro da palavra, que se Deus quiser serão para sempre, e se não quiser, que sejam apenas por um período, mas que ao menos as boas lembranças durem para sempre.

E durarão.

“Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida...”
Soren Kiekegaard

sábado, 20 de junho de 2009

We love Wales!

Queridos amigos esse post se dedica a contar para vocês através de vídeos um pouco mais sobre as 24 horas passadas na cidade de Cardiff, capital do País de Gales! Tem cada uma...

Primeira impressão



Coisa de primeiro mundo!



Horário de verão



Bassi em NY Nails



Chegando no Castelo



Desafio



Enfim...



hummm espero que tenham gostado do post... saudades

quarta-feira, 17 de junho de 2009

See you soon.

Quando eu decidi vir morar em Londres, ouvi de muitas pessoas coisas do tipo: “Que coragem”, “Não sei se eu conseguiria”. E fazer intercâmbio realmente não é fácil. Morar em outro país, ter que se virar em outra língua, arranjar um emprego, ter que morar longe das pessoas queridas, morar sozinho e ter que lidar com todas as obrigações que vêm implícitas nessa realidade. Ter que fazer certas coisas pelo simples fato de que se elas não forem feitas por ti mesmo, não serão feitas por mais ninguém.

Dito e feito. Chegando aqui, me deparei com milhares de tarefas cotidianas, das mais simples como ter que andar de ônibus, metrô ou a pé todos os dias, até as mais difíceis como procurar emprego e provar ser alguém interessante numa língua estrangeira. São provações diárias, mas que fazem toda a experiência valer à pena.

E com o tempo a gente aprende: a falar e ouvir inglês, a lembrar de colocar a roupa na máquina, a fazer o rancho semanal, a sair mais cedo de casa pra dar tempo de pegar o metrô, a cozinhar, a administrar o salário, pagar o aluguel em dia, entre outros.

Mas certas coisas não são assim, por dizer, tão automáticas. Fazer intercâmbio em uma das principais cidades do mundo é conhecer pessoas e mais pessoas que também estão aqui com o mesmo propósito (ou semelhante). E que vêm dos mais diversos cantos do mundo, mas que depois de um tempo, também voltam pra esses cantos. E a gente se depara com outra tarefa da qual o intercâmbio é regado: despedidas. E arranjar palavras pra dar “tchau” pra pessoas que se tornam tão próximas de ti em tão pouco tempo, e que ninguém sabe ao certo quando vai se reencontrar ou mesmo se isso vai acontecer é de dar um nó na garganta.

E aí eu me pergunto: se assim como aprendi a servir um pint também vou aprender a dar “tchaus-adeus” pra pessoas que se tornam tão especiais e tão distantes em tão pouco tempo.

sábado, 13 de junho de 2009

London Eye

Queridos amigos,

Aí vão dois vídeos engraçadinhos mostrando a nossa inexplicável experiência em London Eye na última terça-feira! De mais!





Beijos saudades

terça-feira, 9 de junho de 2009

Barreira da língua

Antes de vir para Londres, o meu maior medo era de não entender. Agora, aqui, percebo que ainda pior é não ser entendida.

As horas e cifras investidas em aulas de inglês definitivamente valeram a pena, chegar em Londres e entender quase tudo, em uma língua que não é a tua e de forma cada vez mais automática não tem preço.

Porém como eterna estudante de um curso de comunicação tenho conhecimento sobre o quão importante é conseguir se comunicar com clareza e, além disso, como formamos o perfil mental que temos de cada pessoa de acordo com a forma como ela se comunica.

Em português é fácil, alguém que usa um vocabulário raro e complicado geralmente te distancia. Porém um chefe de uma companhia com uma discurso repleto de gírias definitivamente perde a credibilidade frente à seus investidores, certo?

Em inglês a situação ainda é bem complicada, pelo menos para mim.

Muitas vezes sei o que quero dizer mas não tenho certeza se estou usando a palavra mais educada e se vou soar educada com meu inglês ‘tupiniquim’.

Entre uns e outros apertos esses dias tive a prova real de que o corpo fala melhor do que qualquer língua. Em mais uma sexta-feira de pub lotado um mau entendido causou um estresse entre eu e a Búlgara, Hiristyna. Ao perceber a situação, tentei conversar com ela. Pavio curto que é me deixou falando sozinha.

Minha raiva, que sempre extravasa pelos olhos, tomou forma de lágrimas que me deixaram a visão mareada mas não chegaram a cair.

Ela me olhou e percebendo o ‘estrago’ me deu um abraço forte, apertado. Pronto, tudo resolvido.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Poema de verão

Cinco da manhã e te faço acordar. Sou frio, gelado.
Faço-te pensar duas vezes antes de levantar.
Roupas, mantas, luvas e tocas. Recomendo usá-las.
Fecho teus olhos, quase corto tua pele.
Sou às vezes barulhento, às vezes silencioso.
Mas cheguei, estou aqui.

Alguns dizem que venho para alegrar, para colorir.
Deveria trazer o verde, o amarelo, o rosa e o laranja.
Mas não, realço o cinza e destaco o branco.
Sou sem cor.

Meus primos, de outros continentes, são mais gentis.
Espalham felicidade.
Brilham, clareiam e iluminam.
Proporcionam harmonia, acompanham o dia-a-dia.

Eu não. Não ofereço nada, só a mesmice.
Decepciono os que me aguardam,
mas alegro os que me odeiam.
Sou mesmo distante, odeio devaneios.
Chego em junho e acabo em setembro.

Sou amigo das nuvens, egoístas como eu.
Não dão espaço pra ninguém, estão sempre à frente.
Pobre sol, pobre céu.
Sempre encobertos em um véu.
Um véu de tristeza e pouca lucidez.

Muito prazer, me chamo verão inglês.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mistura?

Que Londres é uma torre de babel todo mundo sabe, já que ao dar uma volta pelo metrô é possível ouvir quatro ou mais idiomas, diariamente. Que aqui existem comunidades muçulmanas, orientais, latinas, européias e todas as outras imagináveis boa parte das pessoas também já sabe. Porém isso faz de Londres uma cidade miscigenada?

Esses dias, em sala de aula, em uma discussão sobre o que sabemos à respeito dos britânicos fui questionada pelo professor sobre quantos amigos britânicos eu tinha. Pensei um pouco. Contei nos dedos, ele, o professor, e um colega do pub, que trabalha para complementar a sua renda principal, originada de um cargo em uma empresa da cidade.

Juntando algumas coisas observadas no dia-a-dia percebi que na verdade Londres não é uma cidade miscigenada. Podemos dizer que milhões de pessoas de outros países vivem aqui, mas a maioria delas relegada a sua comunidade de origem.

Minha colega tailandesa trabalha em uma restaurante de comida tailandesa. A coreana em uma rede de restaurantes orientais. A turca em uma loja em que o gerente é turco, e assim por diante.

Portanto o que existe na verdade é uma grande ‘bolha’. Dentro dela estão os britânicos. Ao redor dessa grande bolha, meio que ‘comendo pelas beiradas’, está o restante dos europeus com seus passaportes que permitem livre entrada e saída em qualquer país da União. E ao redor disso tudo estão os milhões de ‘imigrantes’, alguns deles até mesmo nascidos no Reino Unido mas que serão para sempre os ‘outros’, como indianos e muçulmanos.

O mais curioso é que é, na verdade, essa massa de ‘outros’ que move Londres, que maneja as engenharias para que a grande máquina produza cultura, entretenimento, produtos e serviços.

Se isso tudo me entristece? Um pouco. Mas quem mais perde com a situação? Eles, definitivamente eles.

Eu estou aqui, conhecendo outras culturas, idiomas, comportamentos. Pessoas.

Eles? Fechados em uma bolha, desperdiçando tudo isso.

Sei que muitas dessas reflexões são generalistas, as exceções que me perdoem.

Quem sabe um dia a água e o óleo se misturem, porque não? =)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Certo Distanciamento

Desde que cheguei em Londres tento sempre parar e perceber o que acontece ao redor e porquê acontece. Existe uma situação em específico que me deu um nó na cabeça e por isso tentei refletir à respeito.

É muito comum andar aqui nas ruas e ver móveis, roupas, eletrodomésticos, etc. em frente as casas, coisas que as pessoas não querem mais. Aí no Brasil isso é raro, ver ‘doações’ no meio da rua. Porque aqui na verdade as pessoas deixam isso na frente das casas para que alguém pegue, já que o lixeiro não recolhe.

Fui matutando mais profundamente nesse pensamento e percebi que isso nada mais é que uma representação do distanciamento que os britânicos têm da pobreza. Aí no Brasil toda vez que queremos nos desfazer de algo conhecemos alguém que precisa, alguma escola que recebe doações ou alguma instituição para a qual o que não nos serve, para eles, servirá direitinho. E é para garantir que a doação chegue as mãos da pessoa certa que não largamos na frente de casa, onde qualquer pessoa pode pegar.

Aqui a pobreza existe e às vezes está dobrando a esquina, mas o que os olhos não vem o coração não sente, certo?