terça-feira, 2 de junho de 2009

Certo Distanciamento

Desde que cheguei em Londres tento sempre parar e perceber o que acontece ao redor e porquê acontece. Existe uma situação em específico que me deu um nó na cabeça e por isso tentei refletir à respeito.

É muito comum andar aqui nas ruas e ver móveis, roupas, eletrodomésticos, etc. em frente as casas, coisas que as pessoas não querem mais. Aí no Brasil isso é raro, ver ‘doações’ no meio da rua. Porque aqui na verdade as pessoas deixam isso na frente das casas para que alguém pegue, já que o lixeiro não recolhe.

Fui matutando mais profundamente nesse pensamento e percebi que isso nada mais é que uma representação do distanciamento que os britânicos têm da pobreza. Aí no Brasil toda vez que queremos nos desfazer de algo conhecemos alguém que precisa, alguma escola que recebe doações ou alguma instituição para a qual o que não nos serve, para eles, servirá direitinho. E é para garantir que a doação chegue as mãos da pessoa certa que não largamos na frente de casa, onde qualquer pessoa pode pegar.

Aqui a pobreza existe e às vezes está dobrando a esquina, mas o que os olhos não vem o coração não sente, certo?

5 comentários:

  1. é verdade, má.
    tens toda razão...
    e aí a pobreza existe e está dobrando a esquina, mas ainda em infinitamente menor grau que aqui.
    os "moradores de rua" daí, que não creio que durmam na rua, estão muitas vezes sentados lendo um livro enquanto esperam por "some change".
    weird!

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  2. exatamente,nós aqui temos faculdade,pós graduação,doutorado....em pobreza,miséria e lidamos com isso muito facilmente.excelente observação

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  3. Na verdade a miséria tem várias formas de manifestar-se, e a falta do material é apenas uma delas. Alguma "miséria" até a pessoa mais rica do mundo tem, não é? E a maior riqueza que podemos ter é os olhos do coração para perceber isso. beijo,escreva sempre nem que seja só para mim ler!

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  4. clichêzinho no final sempre mata a pau ^^

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  5. Falasse tudo amiga!
    É primeiro mundo né? Pobreza não existe! Ou melhor, não se pode dizer que existe!

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