quarta-feira, 17 de junho de 2009

See you soon.

Quando eu decidi vir morar em Londres, ouvi de muitas pessoas coisas do tipo: “Que coragem”, “Não sei se eu conseguiria”. E fazer intercâmbio realmente não é fácil. Morar em outro país, ter que se virar em outra língua, arranjar um emprego, ter que morar longe das pessoas queridas, morar sozinho e ter que lidar com todas as obrigações que vêm implícitas nessa realidade. Ter que fazer certas coisas pelo simples fato de que se elas não forem feitas por ti mesmo, não serão feitas por mais ninguém.

Dito e feito. Chegando aqui, me deparei com milhares de tarefas cotidianas, das mais simples como ter que andar de ônibus, metrô ou a pé todos os dias, até as mais difíceis como procurar emprego e provar ser alguém interessante numa língua estrangeira. São provações diárias, mas que fazem toda a experiência valer à pena.

E com o tempo a gente aprende: a falar e ouvir inglês, a lembrar de colocar a roupa na máquina, a fazer o rancho semanal, a sair mais cedo de casa pra dar tempo de pegar o metrô, a cozinhar, a administrar o salário, pagar o aluguel em dia, entre outros.

Mas certas coisas não são assim, por dizer, tão automáticas. Fazer intercâmbio em uma das principais cidades do mundo é conhecer pessoas e mais pessoas que também estão aqui com o mesmo propósito (ou semelhante). E que vêm dos mais diversos cantos do mundo, mas que depois de um tempo, também voltam pra esses cantos. E a gente se depara com outra tarefa da qual o intercâmbio é regado: despedidas. E arranjar palavras pra dar “tchau” pra pessoas que se tornam tão próximas de ti em tão pouco tempo, e que ninguém sabe ao certo quando vai se reencontrar ou mesmo se isso vai acontecer é de dar um nó na garganta.

E aí eu me pergunto: se assim como aprendi a servir um pint também vou aprender a dar “tchaus-adeus” pra pessoas que se tornam tão especiais e tão distantes em tão pouco tempo.

9 comentários:

  1. Realmente filha... dar tchaus-adeus... não é fácil, principalmente se são pessoas queridas e que nos fazem a diferença... mas como dissestes faz parte da tua experiência.. e o importante é gravares na tua lembrança cada momento vivido por aí...isso com certeza ninguém te tira...

    bjao

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  2. Aiii floor, isso faz parte né?! E não é uma coisa ruim, eu sempre digo, que bom que passam pessoas especiais em nossas vidas, e que o tempo que elas "fazem" parte do nosso mundo, mudam algo na gnt, fazem diferença mesmo. E ficam o tempo certo para que se tornem importantes. E assim, outras pessoas virão e vcs tmbm irão embora.

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  3. gata, desculpa ser tão cruel e sincera, mas, NÃO, não aprendemos nunca a lidar com isso com facilidade.
    Dói. Pir muito tempo e todos dias...
    lembra que te falei: nós, estaremos aqui na volta de vcs, esperando de braços abertos.
    Já essas pessoas incríveis que tu estás conhecendo aí...dessas sim a despedida é triste.
    essas sim talvez tu nunca volte a ver.
    É o preço que a gente paga por querer viver esse "London dream"
    te amo, beijos

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  4. ai deve ser bem difícil mesmo!
    Mas que bom que elas passam e deixam só coisas boas, né?
    Com certeza, serão amizades que só vão trazer lembranças boas de um momento ótimo!
    Mas mesmo com toda essa triteza,que bom que existe a tecnologia pra nos aproximar, assim como nós estamos sempre pertinhos de vocÊs!
    Beijoooos!

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  5. ai, depois do comentário da fe moncks eu nem tenho nada pra dizer...
    e eu nunca vivi isso! mas deve ser uma sensação muito da estranha ter que dar "tchau-adeus"!
    :/
    mas faz parte...
    :)
    te amo!

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  6. é mto ruim mesmo... mas pelo menos eu vou estar aqui, pra sempre =)

    mto bom o texto!

    amo

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  7. sei que não é fácil, mas tenta não pensar neste adeus, é inevitável eu sei, mas transforma isso em uma oportunidade para se doar para estas pessoas que se tornam especiais, te joga de cabeça e leva contigo essas histórias que serão só tuas e de mais ninguém!

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  8. Ah que lindo isso Fe, acho que só o fato de isto te levar a escrever tão belas palavras faz tudo valer. Dizer adeus tb faz parte de viver e é apenas uma etapa a mais. bj

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  9. Fernanda, lendo seu texto deu um aperto no coração. Lendo-o imaginei como terminaria. Quando estava aí, escrevi para os queridos do Brasil o "Mantra da saudade", sentimento que se potencializou na viagem. Voltei e posso afirmar que não consegui dizer "tchau-adeus", dei um "até logo" um quase "see you.." Aprendi a não levar despedidas a sério. A gente sempre volta para onde e para quem tem que voltar.
    Não nos conhecemos, encontrei a página por acaso. Enjoy!!!
    Jhaíra

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