segunda-feira, 8 de junho de 2009

Poema de verão

Cinco da manhã e te faço acordar. Sou frio, gelado.
Faço-te pensar duas vezes antes de levantar.
Roupas, mantas, luvas e tocas. Recomendo usá-las.
Fecho teus olhos, quase corto tua pele.
Sou às vezes barulhento, às vezes silencioso.
Mas cheguei, estou aqui.

Alguns dizem que venho para alegrar, para colorir.
Deveria trazer o verde, o amarelo, o rosa e o laranja.
Mas não, realço o cinza e destaco o branco.
Sou sem cor.

Meus primos, de outros continentes, são mais gentis.
Espalham felicidade.
Brilham, clareiam e iluminam.
Proporcionam harmonia, acompanham o dia-a-dia.

Eu não. Não ofereço nada, só a mesmice.
Decepciono os que me aguardam,
mas alegro os que me odeiam.
Sou mesmo distante, odeio devaneios.
Chego em junho e acabo em setembro.

Sou amigo das nuvens, egoístas como eu.
Não dão espaço pra ninguém, estão sempre à frente.
Pobre sol, pobre céu.
Sempre encobertos em um véu.
Um véu de tristeza e pouca lucidez.

Muito prazer, me chamo verão inglês.

8 comentários:

  1. belo poema tomas!
    e quem sabe a gente troca, tu vem pro inverno gaucho e eu vou aí pro verão londrino? era uma ein... heiuheieuhieuheihe
    besos!!

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  2. éé, concordo com a ju, mesmo cinza o verão ingles deve ser melhorsinho que o inverno "colorido" aqui. (colorido é f***, cheio de ambiguidades).
    amei o poema, adorei a rima do fim. heheh
    Beijossss

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  3. eu adoro frio, adoro o inverno e aqueles dias de sol com vento gelado! Prefiro 200 mil vzs isso que o verão cinzento, sem dúvidas!

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  4. tu vê, achei todo tempo que era o inverno! ehehehe

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  5. eu tenho um filho poeta e não sabia

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